segunda-feira, 8 de setembro de 2008

soneto de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luiz Vaz de Camões)

2 comentários:

Prof. Fabiano Reis disse...

E ja entrei , que blogger mais gay , todo rosa, mas ta bunitinho parabéns.

Marta Rodrigues disse...

Esse soneto é muuuuuuuuito lindo!!